o flagrante descompasso entre um mundo que se globaliza a passos largos e o comportamento dos atores políticos
Parte desse descompasso se revela na ausência de autoridades e instituições globais, capazes de coordenar e responder à escalada de problemas globais que, além daqueles relativos ao meio ambiente, englobam também o tráfico de drogas e de armas, o desemprego estrutural, a fome e a ex-clusão social, a violência e o terrorismo internacional. Mostra-se também na incompatibilidade da convivência entre uma ética individualista e competitiva e um cenário mundial cada vez mais marcado pela interdependência entre povos e nações. Diante dessa realidade levanta a questão de como construir pontes entre uma concepção política realista, que tem na força e na guerra sua principal moeda e uma outra concepção, política utópica, que articula sua linguagem através da cooperação e da paz. Essa é, para nós, a magnitude do desafio que se apresenta à sociedade hoje. Como superar as dicotomias que separam a crise conjuntural da crise civilizatória, que dividem as dimensões material e espiritual da realidade e desintegram a sociedade da natureza? Quais os caminhos dessa transição?